Ao Campus Online, a reitora Márcia Abrahão Moura enviou posicionamento sobre corte anunciado pelo Ministério da Educação (MEC) na última semana. Entre dados e fatos, a reitora deixa uma mensagem: a Universidade não deve se encolher e aceitar o sufocamento. Leia abaixo a fala de Márcia na íntegra:
A UnB foi a primeira Universidade a perceber o bloqueio, no dia 23 de abril. Os técnicos do DPO identificaram o bloqueio de R$ 38,5 milhões no Siafi, o sistema de administração financeira do governo federal. Na última sexta-feira, 3 de maio, o bloqueio foi ampliado para R$ 48,5 milhões.
A situação é grave, pois atinge parte substancial (cerca de 39%) do nosso orçamento de custeio na Fonte Tesouro, já descontados os recursos da assistência estudantil – que não foram bloqueados. Em relação aos investimentos, mais de 55% do nosso orçamento foi bloqueado. Os impactos são imediatos, porque já não temos mais orçamento para fazer empenhos futuros. Novos contratos já serão prejudicados.
Estamos trabalhando duramente para reverter o bloqueio, em diálogo com o MEC e com parlamentares, de diversas legendas. A Universidade não vai se encolher. Também não temos mais como reduzir despesas. Nos últimos dois anos, fizemos ajustes em diversos contratos, arrumamos a casa, às custas de sacrifício de nossa comunidade. Não há mais como sacrificar a comunidade, por isso, precisamos reverter o bloqueio.
A UnB é uma das universidades mais bem-conceituadas do Brasil, com colocações cada vez melhores em rankings e avaliações, inclusive, a que é feita pelo próprio MEC. Estamos levando nossos dados acadêmicos para o Ministério, argumentando que a UnB é importantíssima não apenas para os estudantes, técnicos e professores, mas também para todo o DF e o Brasil. Temos pesquisas e projetos de extensão que mudam a realidade do país. Assim, espero que a medida seja revista o quanto antes.
(Foto: Luiz Nova/Correio Braziliense)