As quatro produções mais votadas serão exibidas na Mostra Competitiva, em
agosto, no Complexo Cultural Teatro da Praça
O filme “Nós por Nós” foi um trabalho independente produzido pelo grupo de alunos dos cursos de Audiovisual e Jornalismo Mariana Bitencourt, Isabela Graton e Saulo Dal Pozzo. O curta mostra uma série de entrevistas com mulheres acerca da vulnerabilidade frente as situações de assédio e abuso sexual dentro do campus. Já o filme “Invisíveis”, também produzido por alunos de comunicação, foi feito como trabalho para uma disciplina. É uma história fictícia sobre discriminação e está entre os oito mais votados, com mais de 699 votos.
Os participantes do Festival contam um pouco sobre a importância dos temas retratados e o processo de produção dos filmes.
A ideia começou através de um incômodo perante a insegurança das mulheres no campus e do questionamento de como a Universidade lida com os inúmeros casos de assédio. “Estávamos muito revoltadas com alguns casos que aconteciam dentro da UnB e não eram resolvidos. Sentimos que precisava ter mais conteúdo sobre esse assunto. Uma das coisas que percebemos é que a Instituição não faz o suficiente devido a burocracia. Então, quem tem se organizado e lutado mais por isso são as próprias alunas. Por isso o nome do filme é “Nós por Nós”, afirma Isabela Graton.
Apesar de ser a primeira produção do grupo, o curta já foi exibido em todos os Campi durante a Semana da Mulher, e foi premiado como melhor curta pelo Festival do Paranoá em Abril deste ano. Agora, a produção ganha mais visibilidade participando do Festival. “Eu fiquei muito feliz porque a gente passou para a próxima fase. E mesmo que não seja o mais votado, eles exibem no site para que as pessoas votem e isso deu mais visibilidade”, conta a aluna.
Isabela acredita que a produção audiovisual possui um grande valor pedagógico e é uma maneira de abordar o tema de forma mais efetiva. “Queremos exibir em vários outros lugares porque é um tema muito importante”. O grupo vai expandir o projeto por meio da criação do Canal Ruídos, o qual vai tratar sobre feminismo e outras questões sociais e já tem algumas produções finalizadas.
“Invisíveis” teve um feedback muito positivo. O filme foi produzido como trabalho para a disciplina Linguagens Audiovisuais. É uma história de ficção sobre um músico de rua cego em situação marginalizada e um adolescente homossexual de classe média. A narrativa demonstra como a violência e a invisibilidade afetam esses dois personagens tão distintos.
“O filme é muito interessante porque retrata uma realidade brasileira. Além de tratar do racismo também aborda a homofobia. Levamos a temática bastante a sério e tentamos dar voz a questão de uma maneira que ficasse bonita e representativa ”, afirma o estudante de audiovisual Daniel Madeira, que participou como assistente de fotografia na produção.
Daniel contou que a equipe estava bem estruturada e que se empenhou bastante no trabalho, o que gerou uma resposta positiva do público. “Os atores que escolhemos foram sensacionais e se adequaram muito bem aos papéis. Recebemos um feedback muito positivo do pessoal que assistiu”, afirma. Os estudantes pretendem levar as produções adiante e inscrever os filmes para outros Festivais como o de Brasília e o Festival Universitário.
A votação online do Festival Taguatinga está aberta até o dia 7 de junho. Para participar, acesse o site e vote em quantos filmes quiser. Os quatro mais votados serão exibidos na Mostra Competitiva, entre 22 e 25 de agosto, no Complexo Cultural Teatro da Praça. Além disso, 24 filmes serão selecionados pelo Júri Oficial para disputar as categorias: Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Oficial e Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular, onde receberão R$ 3 mil e o Prêmio de Inovação de Linguagem pelo Júri Oficial, que garantirá R$ 2 mil.