O corpo de Jiwago Henrique de Jesus Miranda, 35 anos, foi encontrado hoje próximo ao bloco “J” do Residencial Colina, prédio onde moram docentes da Universidade de Brasília (UnB), campus Darcy Ribeiro. Por volta de 13h30, um morador avistou a vítima e acionou a polícia. O caso estava sendo investigado por uma equipe da 5ª Delegacia de Polícia (DP). Os agentes acreditam que a ocorrência se trata de homicídio, pois a vítima tinha um ferimento na cabeça e uma pedra foi encontrada nas proximidades.

Jiwago foi reconhecido por Venice Silva Dantas, ex-esposa, que esteve no local às 18h e identificou o corpo. Em reportagem dada ao G1, a mulher disse que o término do matrimônio ocorreu devido à agressões físicas. O jovem-adulto era estudante de Filosofia da UnB e vivia em situação de rua.

Duas ações na justiça estão vinculadas ao nome de Jiwago, uma referente à Lei Maria da Penha, do ano de 2016, e outra por furto, de 2017, que ainda está em andamento. Estas informações estão publicadas no site do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). A Polícia Civil segue investigando o caso.

Em entrevista dada ao portal Metrópoles, Venice, chef de cozinha com quem Jiwago teve um relacionamento de 13 anos, disse que por diversas vezes procurou a reitoria para pedir ajuda, mas nunca foi atendida. A mulher diz que a prefeitura do campus a contatava com frequência em razão de seu ex-marido, e que a Universidade de Brasília agiu com descaso.

Jiwago sofria de bipolaridade e esquizofrenia e, ainda como conta a mulher, não estava sendo medicado desde 2016. Apesar das adversidades, o aluno estava presente nas aulas durante o dia e dormia pelo campus à noite. Segundo seus colegas de faculdade, Jiwago era bastante inteligente, gostava de conversar e costumava ser gentil.

O vice-reitor, Enrique Huelva, esteve acompanhando o caso, mas não deu declarações para a mídia. Em nota, a UnB se solidariza com familiares e amigos e diz que o estudante fazia parte da univesidade há nove anos, e que durante este tempo recebeu auxílio socioeconômico e acompanhamento psicossocial.

Não há suspeito do crime até o momento, mas a investigação segue sendo por homicídio. O caso, agora, está em cargo da 2° Delegacia de Polícia, na Asa Norte.

O estudante deixou dois filhos gêmeos pequenos de seis anos.

Arte : Roberta Pissuti