Raimunda Nonata da Silva, de 50 anos, era a primeira da fila na zona eleitoral instalada na Escola Classe Estância, em Planaltina DF. Com ela estava seu neto Vitor Hugo, diagnosticado com hidrocefalia, o acúmulo excessivo de líquido dentro do crânio que leva ao inchaço cerebral. A avó afirmou que era seu dever votar, assim como de todo cidadão, mesmo que tenha que esperar na fila com Vitor Hugo no colo desde cedo. "Tem que votar", disse.
Por ela pensar que o local abriria às 7h, os dois chegaram às 6h30min e tiveram uma decepção ao encontrar o lugar fechado e ninguém na fila. Depois disso, Raimunda da Silva foi para casa e retornou mais duas vezes, sempre acompanhada do neto, que dormia calmo em seus braços.
Quando o menino completou três meses de idade, a avó passou a cuidar dele sozinha, por motivos que não quis explicar. "Ele é minha alegria", disse depois de dar um beijo na testa do neto. Raimunda da Silva afirmou que levar o neto para as eleições não é nenhum sacrifício, já que ela vota pensando em um futuro melhor para ele. Através do voto ela pode escolher um representante que invista em melhorias na saúde e educação, principalmente para crianças deficientes. "Todo voto importa", disse.