Educação
Estudantes criticam professores por passarem atividades valendo nota no dia da Paralisação
Após professores passarem conteúdos valendo nota no mesmo dia e horário da Paralisação Nacional dos Educadores no último dia 15, alunos compartilharam as atitudes dos docentes nas redes sociais

Durante essa semana, estudantes da UnB fizeram postagens criticando professores por passarem conteúdos valendo nota no mesmo dia e horário em que ocorreu a manifestação contra os cortes na educação, da última quarta-feira (15). O compartilhamento das atitudes dos docentes abrem discussões sobre a autonomia dos professores em relação ao processo de construção do plano de ensino de uma disciplina acadêmica e sobre a importância do diálogo entre aluno e professor.

Professoras da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília (UnB), destacam que tudo depende do que o professor entende por aprendizagem, mas, em sala de aula, não é recomendado avaliar os estudantes de forma arbitrária.

Na última quinta-feira, um dos alunos, que preferiu não se identificar, relatou nas redes sociais que o professor George, do Departamento de Estatística, deu aula normalmente durante a manifestação e, mais tarde, encaminhou um email afirmando que quem compareceu à aula, ganhou cinco pontos extras. Após a repercussão do caso, o professor George resolveu cancelar os pontos extras.

Outro caso que repercutiu foi o de um professor de Ciências Contábeis que adiou a data da avaliação para o dia 15, antes marcada para o dia 13. Já outros professores, mesmo não aderindo à paralisação, flexibilizaram datas avaliativas para que os alunos não saíssem prejudicados.

Questionada, a universidade afirma que a avaliação dos alunos deve ser de forma objetiva e que “o regimento interno da UnB estabelece que a nota do estudante levará em conta seu desempenho acadêmico, e não o mero comparecimento à aula em um dia específico”, mas que o professor tem a autonomia e liberdade de conduzir as aulas “em respeito ao princípio da liberdade de cátedra”.

O planejamento das aulas e métodos avaliativos no ambiente acadêmico devem ser pensados a partir de uma proposta de ensino e aprendizagem, sugere a Pedagoga Sandra Ferraz, da Faculdade de Educação. Segundo ela, “as propostas de avaliação dependem muito da concepção que o professor tem de aprendizagem, de ciência e da própria avaliação”.

Sandra explica a importância de construir esse planejamento junto aos estudantes: “sala de aula é um espaço democrático onde você possibilita o acesso ao conhecimento. É muito legal quando a gente traz a avaliação e conversa, tem um panorama de como o trabalho está sendo realizado. Discentes e docentes tem que procurar sempre possibilidade de diálogo de ambas as partes”.

A professora Eloísa Lopes, da Faculdade de Educação, diz que a comunicação em sala de aula não deve ser autoritária: “o professor deve sempre estar disposto a ouvir” e diz que o diálogo é fundamental para uma boa relação entre aluno e professor.