Seria em vão discutir aqui a felicidade, se ela é possível, se é um estado mental permanente ou apenas fugaz, momentos preciosos a serem perseguidos, agarrados com força. Não sei responder. Mas sei que dizer que como professor já faz parte do meu ser, estou e sou mais feliz aqui, na Universidade de Brasília.

Convivo com colegas brilhantes, e isso contamina, não tem vacina. Fiquei melhor só com a convivência. Convivo com alunos brilhantíssimos, que me desafiam a cada momento, e assim também me fazem crescer, melhorar.

Vivo boa parte do meu dia nesta universidade exemplar, que nasceu como laboratório de fazer o conhecimento trabalhar para melhorar a sociedade e o país.

Uma universidade que é parte inseparável da arquitetura e do urbanismo de uma cidade, e parte inseparável também da alma dela, da sua personalidade. Neste lugar privilegiado pelas mentes que o criaram e que nele cristalizaram os melhores sonhos de um povo que quer crescer e ser feliz, convivem as mentes brilhantes e sonhadoras dos alunos, nosso lindo futuro, com os conhecimentos acumulados pelos professores, nosso lindo presente.

A convivência não seria suficiente sem a realização de uma certa magia, de um mistério resultante do encontro dos alunos ávidos por conhecimentos com os professores competentes que na UnB se desenrola muito bem, como comprovam os recentes resultados do Enade: dos 17 cursos da Universidade de Brasília avaliados, 15 conquistaram nota máxima.

Digo que a magia deu certo porque o Enade é um exame prestado pelos alunos formandos; com questões definidas externamente às universidades, cujo resultado, acredito, reflete bem a relação professor-aluno. Os professores não estavam nos exames, mas o resultado das aulas e da sua relação com os alunos certamente estava lá.

Então, volto à questão da felicidade. Estou mais feliz aqui neste lugar que é meu por direito, conquistado por concurso público. Porque estou ao lado de professores que também entraram por concurso público, entre alunos que, por sua vez, também entraram por concurso público. Todos merecemos estar aqui e correspondemos aos investimentos públicos.

Nós professores acreditamos estarmos devolvendo ao Brasil com o nosso trabalho os investimentos que o povo brasileiro fez em nós e que, ao mesmo tempo, estamos ajudando nossa sociedade a evoluir, a ser mais justa, mais igualitária, mais feliz porque ajudamos a espalhar pelo território nacional profissionais capazes e humanizados sob uma perspectiva bem brasileira.

E para transbordar de felicidade neste Dia do Professor, o curso no qual leciono conquistou a maior média acumulada entre todas as graduações de Jornalismo avaliadas pelo Enade no país. Orgulho justificado porque em quase três anos de UnB já me considero parte do coletivo que conquistou a nota máxima e a maior média para o Jornalismo.