Na última quarta-feira, 16, cerca de 180 funcionários foram demitidos e já não trabalham mais pela RCA Serviços, empresa que terceiriza os funcionários para a UnB. Outros 40 funcionários já estão de aviso prévio e trabalharam até o próximo dia 30.
Todos os trabalhadores da UnB são sindicalizados pelo Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Universidade de Brasília (SINTFUB). Mauricio Sabino, coordenador geral do sindicato, comentou a situação dos terceirizados: “O sindicato apontou um estudo técnico comprovando que era possível reduções substanciais… a partir disso era possível evitar tantas demissões”. Já a RCA Serviços comentou que: “A decisão não é nossa. A UnB está em crise, não é novidade para ninguém. Essa crise chegou até a gente”.
Em greve desde o dia 24 de abril, os servidores terceirizados não pretendem parar a greve tão cedo. Lutam ao menos pelo reajuste que poderia ter sido discutido com as empresas que os contratam. Mas o maior problema deles é com a atual gestão da UnB. José Almiran, coordenador jurídico do SINTFUB, comentou o que a universidade poderia ter feito para evitar tantas demissões: “A posição da reitora é muito ruim, ela simplesmente aplica o que vem do governo. Veio o corte, ela aplica o corte. Ela não procura unificar com o movimento dos trabalhadores para defender a Universidade, eu acho que ela defende mais o projeto dela do que da Universidade”.
A Universidade passa por um momento conturbado e uma grave crise orçamentária, onde todo mundo é prejudicado, diminuindo o efetivo de seguranças. Reduzindo o número de trabalhadores da limpeza, a Universidade ficará mais suja.
E assim a UnB vai sobrevivendo um dos piores anos de sua existência. Muito se falou sobre o fechamento da Universidade estar próximo, mas a reitora desmentiu esse boato e os coordenadores do SINTFUB também afirmaram que não existe essa possibilidade.
Maurício Sabino voltou a comentar, desta vez sobre o fechamento da Universidade: “Não vai ter fechamento, não vai chegar a esse ponto, o que vai acontecer é a superexploração da classe, vão trabalhar mais e mais insegura. E, no limite, vai chegar a ter a cobrança de mensalidade, esse é o projeto do governo… cada vez mais a situação vai ficar precária”.
A UnB sofre também com a burocracia brasileira, pelo fato de nenhum recurso adquirido pela Universidade poder voltar para ela. Tudo deve passar pela avaliação do governo, que depois repassa para a Universidade. O Ministério da Educação afirma que o orçamento da Universidade aumentou do ano passado para este, mas a reitoria afirma que o corte foi grande e o orçamento não chegou da maneira divulgada.