Política
Muito debate ideológico, pouco debate sobre educação pública
Em evento na Faculdade de Comunicação (FAC), estavam presentes apenas quatro dos onze candidatos ao cargo de governador do Distrito Federal

Nesta quinta-feira (27), no auditório Pompeu de Souza, localizado no ICC Norte, ocorreu o “Painel com Candidatos ao GDF”, promovido pela Faculdade de Comunicação da UnB. Compareceram ao evento Alexandre Guerra (NOVO), Fátima Sousa (PSOL), Guillen (PSTU) e Renan Rosa (PCO).

O debate foi dividido em três blocos: no primeiro, os candidatos apresentaram um pouco das propostas de governo; depois cada um teve a chance de fazer uma pergunta para outro; e por fim foram lidas indagações do público presente no auditório. Talvez por uma questão de sorte ou de falta do que perguntar sobre o assunto educação, este ficou em segundo plano enquanto os ataques sobre divergências ideológicas imperaram no debate.

No segundo bloco, quando os candidatos tiveram a oportunidade de questionar os oponentes, surgiram perguntas sobre ideologias partidárias e questões que envolviam mais o governo federal que o do DF, como o pagamento de dívidas. Foi somente na segunda rodada de sorteio de perguntas do público que foi levado aos concorrentes ao Executivo do DF, o assunto sobre a privatização das universidades públicas brasileiras.

Neste momento, a candidata Fátima Sousa já havia se retirado do evento com a desculpa de ter um compromisso. Então, ela não chegou a se posicionar sobre o tema. Porém, quando apresentou o plano de governo, chamou a UnB de Casa do Conhecimento e mostrou um pouco das propostas dela sobre educação. “Nós sentimos que infelizmente o governo é devedor do seu papel constitucional. Então, nosso plano de reforma na educação começa desde as creches, um espaço que enxergo como um direito não só da mulher, mas da criança”, afirmou.

Quando os candidatos foram indagados sobre o racismo ter ligação com o negro receber salários menores, a candidata afirmou que confrontar o racismo é uma questão de educação. Além disso, disse que se for eleita vai promover nas escolas um combate a esse preconceito racial.

Com 37 anos e concorrendo pela primeira vez ao cargo, Alexandre Guerra falou sobre liberalismo, sobre conceder o estádio Mané Garrincha à iniciativa privada e sobre o uso da comunicação para dar transparência ao governo. Ele se posicionou de forma contrária à privatização das universidades públicas e disse que é um debate para ser feito no âmbito nacional.

Para ele, como o GDF não é responsável pela UnB, os esforços têm de ser no investimento para a melhoria da educação de base. “No âmbito do DF, temos que fortalecer o ensino médio e fundamental público”, apresentou.

O candidato do PSTU, Guillen, mencionou o plano do partido, que prevê uma rebelião socialista e a estatização das 100 maiores empresas privadas brasileiras para haver uma distribuição maior de riquezas. Ele também alertou aos presentes sobre o ataque que os trabalhadores vêm sofrendo nos governos anteriores.

Sobre educação, o único momento em que se posicionou sobre o assunto foi quando respondeu a pergunta sobre a privatização das universidades públicas. “Somos totalmente contrários à privatização. Somos a favor do ensino público gratuito”, comentou.

O quarto candidato presente era Renan Rosa, do PCO. Segundo ele, o país vivencia um golpe e os latino-americanos estão inserido em uma situação imperialista, encabeçada pelos norte-americanos. Ele comentou também sobre a operação Lava Jato perseguir a esquerda brasileira e sobre a Emenda Constitucional 95/2016, do teto dos gastos públicos, a qual ele afirmou ser a responsável pelo sucateamento das universidades públicas.

O integrante do PCO afirmou que é a favor do ensino público e do livre acesso às instituições de ensino superior. Ainda complementou a opinião elogiando a UnB. “O ensino na Universidade de Brasília é superior ao de qualquer universidade particular por aí”, destacou.

Edição de Thays Martins