Política
Nada de novo no front

São oito horas da manhã na Escola Classe 415, na Asa Norte, e o início das eleições de 2018 começa. Em um cenário político polarizado, no qual parece haver uma guerra em vez de uma corrida presidencial, o front de batalha é a seção eleitoral.

Às sete e meia, a fila de espera para a abertura dos portões era composta por quatro pessoas: Renato, Clarissa, Maria, e Lúcia. Na rua, dois fiscais coletam panfletos de candidatos, que foram espalhados ontem, e três policiais fazem a vigilância da zona eleitoral.

Panfletos de candidatos. (Foto: Eline Sandes)

Maria, 76 anos, afirma que chegou cedo para ter mais tempo de aproveitar a vida. A respeito da atual situação política, conta que mesmo não sendo mais obrigada, ela faz questão de votar: “Nunca houve eleição como essa; com a internet as pessoas veem a importância do voto”. Atrás de Maria na fila, Lúcia abre no celular um arquivo de áudio: é o Hino Nacional do Brasil, tocado por um violino e acompanhado por uma harpa. “Olha que lindo!”, comenta. Em seguida, mostra uma montagem do Facebook à vizinha: na tela, um Cristo Redentor decorado com a bandeira nacional. Maria volta a frisar a singularidade das eleições deste ano: “É a primeira manifestação verde e amarela no Brasil que não tem nada a ver com futebol”.

Á medida que a liberação dos portões se aproxima, mais pessoas chegam. Ana, com o filho Benjamin, de dois anos, veio cedo porque o marido é mesário na zona eleitoral. Ela tenta distrair a criança durante a espera, mas ele, impaciente, tenta passar pelo portão.

Ás oito horas, os portões são liberados, e tudo corre tranquilamente. A fila, já longa, distribui-se nas seções eleitorais. Maria foi a primeira a votar na sua seção, e fica feliz com a rapidez da votação: “Agora é só esperar para ver quem vence essa guerra!”