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UnB esclarece questão sobre serviço oficial de primeiros socorros nos campi
Chefe de Gabinete da Reitoria sana dúvidas a respeito dos Núcleos de Atenção à Saúde da UnB, abordados em reportagem anterior, e da possibilidade de contratação de brigadistas

Disponibilização de espaços físicos, insumos, equipamentos e servidores para integrar as equipes são alguns dos elementos que influem sobre os obstáculos para a criação de mais unidades dos Núcleos de Atenção à Saúde (NAS) da Universidade de Brasília (UnB) no Campus Darcy Ribeiro, de acordo com o Chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade, Paulo Cesar Marques.

Em matéria publicada no último mês de abril, o Campus Online apurou que os NAS da Universidade oferecem serviços de assistência à saúde, como a realização de compressas frias e quentes, curativos simples e verificação da pressão arterial; à comunidade acadêmica em geral. No entanto, não possuem suporte para a realização de atendimentos emergenciais, conforme relato de integrantes da unidade do NAS no Campus Darcy Ribeiro.

De acordo com declaração inicial dada pelo Chefe de Gabinete ao Campus Online, em casos de necessidade de atendimento emergencial nos campi da Universidade, a orientação geral seria a de contatar o Serviço de Atendimento Móvel de Emergência (SAMU) ou o Corpo de Bombeiros, devido ao fato da UnB não possuir serviço oficial de prestação de primeiros socorros.

Porém, dias após a publicação da postagem, e em resposta a um questionamento encaminhado previamente pela equipe do Campus Online, o Chefe de Gabinete veio a afirmar que "atualmente a prestação de primeiros socorros nos Campi da Universidade de Brasília fica a cargo dos Núcleos de Atenção à Saúde, popularmente chamados de 'postinhos', locais estes pensados desde sua criação para prestar atendimentos básicos de enfermagem [...] e/ou suporte básico de vida, que é o conjunto de medidas e procedimentos técnicos (ventilação e compressão) que objetivam o suporte de vida à vítima em casos de urgência e emergência até a chegada do suporte intermediário de vida - transporte até o hospital."

Paulo Cesar Marques ressaltou ainda que não há, na carreira das universidades federais, cargos como o de brigadistas e certos profissionais da saúde, o que empurra a não execução direta de muitos serviços, alguns dos quais já foram prestados diretamente por servidores da universidade no passado. ''Outros, ainda, são remanescentes, mas precisarão ser desmobilizados com a aposentadoria dos atuais servidores."

Ele pontua que um caminho a seguir poderia ser o da contratação de serviços terceirizados. Porém, há ''restrições orçamentárias cada vez maiores, como é de amplo conhecimento. Com isso, precisamos nos concentrar nas atividades finalísticas da universidade, valendo-nos da rede de serviços públicos existente no DF".

Ainda de acordo com o Chefe de Gabinete, um outro obstáculo para a criação de mais unidades dos NAS no Campus Darcy Ribeiro (o de maior extensão da UnB), seria o fato dos Núcleos, que são estruturas ligadas à Diretoria de Saúde, Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho (DSQVT), possuírem "carências em sua formalização organizacional," com a ocorrência de uma ''desconexão de suas atividades, eminentemente assistenciais, em relação ao foco do trabalho desenvolvido na DSQVT, primordialmente voltado à saúde e segurança do trabalho dos servidores da UnB e órgãos partícipes do Acordo de Cooperação Técnica Subsistema Integrado de Atenção à Saúde do Servidor/UnB".

Ademais, ressaltou que o Decanato de Assuntos Comunitários está criando uma diretoria voltada à promoção da saúde, com a qual espera-se reduzir a necessidade de atendimentos, de emergência ou não.

''A nova diretoria cobrirá toda a comunidade, não apenas os segmentos dos servidores, caso da atual DSQVT, que é vinculada ao Decanato de Gestão de Pessoas"

No que se refere a possibilidade de ampliação do horário de atendimento do Núcleo de Atenção à Saúde no Campus Darcy Ribeiro, devido à demanda contínua do serviço oferecido por ele e relatada por seus membros, Paulo Cesar Marques confirmou que um processo a respeito, movido por servidores da Diretoria de Saúde, encontra-se na Comissão de Flexibilização do Decanato de Gestão de Pessoas, aguardando novos encaminhamentos.