Opinião
Locomotiva a todo vapor

Os termos ombudsman (masculino) e ombudskvinna (feminino) tem origem sueca e significa "aquele que representa o cidadão". Na imprensa, a palavra é aplicada ao profissional cuja função é representar os eleitores de um jornal e fazer críticas à produção jornalística.

A ombudskvinna do Campus Online deste semestre é Flávia Said, que foi editora do site no segundo semestre de 2018. Leia abaixo sua primeira coluna:

A turma do Campus Online, jornal laboratório da UnB, segue reportando a todo vapor. Entre reportagens, prestação de serviço, coberturas de manifestações e eventos e até uma ação no Restaurante Universitário, a turma tem impressionado com a quantidade de produção. No entanto, há um outro lado dessa moeda que é a vontade de abraçar o mundo.

Com as matérias sobre programas de intercâmbio e mobilidade acadêmica, aplicativo de caronas e curso de idiomas, nota-se que o Campus Online continua a prestar serviços à comunidade acadêmica. Além disso, a divulgação de ferramentas de inovação produzidas pelos estudantes vão no sentido de promover a universidade. O esporte também entrou no radar, o que é louvável porque atinge um público potencial e expande o escopo. A cobertura sobre acessibilidade tem chamado atenção, tanto pela apuração bem feita quanto por jogar luz sobre tema tão importante e ainda pouco explorado pelos veículos de comunicação.

Inevitável deixar de citar as coberturas dos atos a favor da educação pública, feitas de maneira completa tanto na paralisação de 15 de maio quanto na manifestação do último dia 30. Fotos, vídeos e entrevistas alimentaram todas as mídias. Além disso, houve atenção aos desdobramentos do movimento. Outra cobertura importante foi a da 3ª edição da Semana da África. Extensiva e multiplataforma, ela trouxe um tema ainda pouco explorado e manteve diálogo com divulgações de arte africana.

No site, vale se atentar para recursos que complementem o texto, como fotos e hiperlinks. Apesar de essa ser a plataforma com menos interação do público, é uma das melhores janelas para o trabalho desenvolvido. Interessante quando assuntos de interesse público convergem com assuntos de interesse universitário, como na matéria sobre o uso de bicicletas por estudantes. Matérias críticas também são importantíssimas, como a que questiona a mobilidade de pessoas com algum tipo de deficiência no Campus Darcy Ribeiro.

As redes sociais têm sido bem usadas para divulgações em tempo real, principalmente para falar sobre atos, reuniões e assembleias. No Twitter, enquanto o uso de threads tem sido bem explorado, talvez se esteja abusando de gifs, que às vezes são colocados excessivamente ou mesmo fora de contexto. É preciso atenção também ao formato das fotos, para não repetir o erro da foto da intercambista senegalense que no feed ficou com a cabeça cortada.

O Instagram já consolidou a rotina de divulgação de cardápios diários do RU, que nunca falha. O IGTV é um recurso novo que a turma tem explorado a contento, com as seções Campus Empreendedor, Campus Arte e Campus Fé. A procura por personagens é curiosa e aproxima o público, sendo uma vertente do jornalismo colaborativo. Ainda assim, talvez o feed esteja dominado por vídeos em uma rede em que a essência ainda é o registro fotográfico.

O WhatsApp permanece dominado pelos cardápios diários do RU, algo a se questionar, pois essa divulgação já ocorre de maneira suficiente na outra rede. É importante se atentar para o tamanho dos textos e seguir explorando outras linguagens, sonoras e audiovisuais. No Facebook, continua a chamar atenção a seção do Campus Memória, que sempre traz reportagens antigas com algum tipo de relação com fatos atuais. A integração do site com o Facebook é interessante, pois por vezes matérias do site ficam perdidas se a rede não as resgatar, como exemplo da reportagem sobre o contingenciamento. A ação realizada no último dia 31 também foi algo atrativo, por buscar integrar e se aproximar da comunidade estudantil, e sua divulgação nas redes ocorreu na medida certa.

Ainda não ficou claro o papel dos vídeos, mas merece crédito a exploração desse tipo de recurso. Acredito que os dois primeiros CampusCast’s do semestre tenham chegado tarde, já na metade do semestre, mas essa seção é realmente um extra na produção do Campus. Tanto no caso do Youtube quanto dos podcasts, percebe-se o trabalho de produção e edição e a busca por experimentação de novos formatos.

Dedicação, produtividade e trabalho duro marcam a produção do Campus Online. Em que pesem os ajustes necessários, a turma tem cumprido muito bem seu propósito.