A Universidade de Brasília conta com uma base de dados com cerca de 13 mil registros na área de Ciência da Informação. Conhecido como ABCDM (sigla para Arquivologia, Biblioteconomia, Ciência da Informação, Documentação e Museologia), o projeto mantido por professores e alunos da Faculdade de Ciência da Informação (FCI) da UnB pretende ser fonte de literatura em língua portuguesa desse campo de conhecimento.
Criada em 2001, a base foi apresentada mais uma vez nesta segunda-feira (24), na própria FCI, para quatro alunos presentes, durante a Semana Universitária 2018. Segundo o professor doutor em Ciência da Informação pela UnB Jayme Vilan Filho, que é um dos resposáveis pelo projeto, a ferramenta foi criada para suprir a ausência de bases de dados sobre o tema.
Ele explica que a maioria dos repositórios para esse tipo de conhecimento é de fora do país, com baixa representação de trabalhos em português. “Uma pesquisa de Pibic determinou que a indexação de trabalhos brasileiros na área da Ciência da Informação é de 13 a 18% (nessas bases)”, esclarece o professor.
O banco de dados, além de ser uma ferramenta importante para pesquisa científica, também contribui para decisões estratégicas da própria faculdade, já que é possível saber quem, onde e o que foi produzido de conhecimento em todo o país. Isso porque a ABCDM conta com 35 periódicos e 18 edições do maior evento científico da área, com atualização constante dos dados.
A ferramenta também pode ser usada para a criação de indicadores de qualidade da produção científica nos moldes dos usados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Hoje, o projeto é mantido pelo grupo de pesquisa da pós-graduação da FCI “Comunicação Científica” e por alunos da graduação. Estes ajudam fazendo matérias correlatas ao projeto e através de Planos de Atividades Complementares, pelos quais podem ganhar até 18 créditos no ano.
Contudo, um dos principais desafios para o projeto é o acesso. Por ser registrado como propriedade da UnB, qualquer servidor, professor ou aluno tem o acesso garantido. Mas para isso é preciso ir até a FCI e solicitar a consulta dos dados, porque a base ainda não existe de forma online.
Vilan Filho afirma que procura parcerias para ampliar a abrangência do projeto em termos de acessibilidade, mas que a burocracia para firmar esse tipo de acordo com pessoas de fora da Unb é muito grande. Ele ressalta que a ABCDM não é um aplicativo ou um software, e sim um conjunto de dados, ou seja, há inúmeras formas de se disponibilizar isso na internet, por exemplo.
A apresentação da ABCDM, sua importância e utilidade foi uma das 11 atividades programadas pela FCI para a Semana Universitária da UnB 2018. Ao todo, são mais de 700 eventos em quatro campi e no Hospital Universitário.
Para a coordenadora de extensão da FCI, Darcilene Rezende, “A FCI não tinha tradição de realizar tantos eventos (na Semana Universitária)”, mas neste ano conseguiram uma boa quantidade de inscrições, com alunos interessados até em ajudar na organização do evento.
Na contramão disso, a atividade comandada pelo professor Jaime Vilan Filho na manhã desta segunda-feira não contou com uma plateia numerosa. Eram 32 vagas oferecidas para o evento marcado para ocorrer entre as 10h e 12h da manhã, contudo, às 11h, estavam presentes apenas quatro alunos, além da reportagem do Campus Online e do próprio professor.
Guilherme Couto, 23, um dos presentes e aluno de Biblioteconomia na UnB, acredita que a atividade vai ajudar a complementar conhecimentos de disciplinas que já cursa. Além desse, ele se inscreveu em outros dois eventos da Semana universitária, todos na FCI.
Já Ana Luísa, 20, também estudante de Biblioteconomia, justifica a inscrição na palestra da mesma forma que seu colega. Ela se inscreveu em apenas mais uma atividade, também na FCI. A faculdade, que fica ao lado da Biblioteca Central da UnB, conta com os cursos de Arquivologia, Biblioteconomia, Museologia e a pós-graduação em Ciência da Informação.
Edição de Pedro Henrique Gomes