Universidade
A Ralacoco e o Falacoco: entre o passado e o futuro da rádio
Mesa redonda realizada na Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília (FAC/UnB) celebrou os 18 anos da rádio comunitária Ralacoco.

Intitulado “Ralacoco: da FM ao Podcast”, o evento, que aconteceu na última terça-feira (24), contou com a participação de pessoas que passaram pela rádio nesses 18 anos e discutiram a história da Ralacoco e os desafios futuros do rádio. Participaram da mesa ex-integrantes da rádio: Manuel Montenegro, Marcelo Arruda, Maria Garcia, Danilo Silvestre, Raphael Barros e Pedro Poney. Moderou o debate o professor da disciplina “Comunicação Comunitária”, Jairo Faria. Os ex-integrantes contaram um pouco de suas experiências com a Ralacoco e das emissões que faziam parte.

A conversa teve início com o sorteio de pequenos papéis entre os presentes, que continham temas a serem debatidos. O primeiro tema foi “música”. Pedro Poney afirmou que, quando se vive em um contexto de maior precariedade tecnológica, o acesso à música possui um valor maior. Ele disse que a dificuldade de acesso fazia que os integrantes da rádio tivessem mais vontade de fazer programas sobre música. Marcelo Arruda destacou que já não é mais necessário que uma rádio toque o som de um artista ou banda para ele ficar famoso. O artista pode conquistar o seu próprio público na internet, e as rádios irão de encontro ao artista.

Jairo Faria ressaltou o histórico da rádio Ralacoco ao questionar “o que é a Ralacoco?”. Com o surgimento no início dos anos 2000, a rádio funcionou, primeiramente, nos fundos do Centro Acadêmico de Comunicação. Em 2010, com a reforma da Faculdade, a rádio ganhou um novo estúdio, microfone e mesas. Maria Garcia, sobre o sentido do que seria a rádio, tratou da vivência universitária, destacou o tripé universitário e afirmou que o aluno deve ter a “oportunidade de viver a Universidade”. A ex-integrante, que estudou Artes Cênicas na UnB, contou ter pego várias disciplinas fora do departamento de seu curso, incluindo disciplinas da FAC, além de ter participado da rádio Ralacoco.

Em outro momento do debate, Maria Garcia ressaltou que a Ralacoco era uma referência para outras rádios que estavam surgindo e que “rádio comunitária é uma coisa muito específica, não é rádio comercial”. Pedro Poney relembra que “a Ralacoco não era só uma rádio, mas tinha uma proposta política para a rádio”, e que havia oficinas para aqueles que a procurassem.

Ex e atuais integrantes da Ralacoco após a mesa redonda.

Na segunda parte da mesa redonda, após o intervalo, houve uma inversão de papéis e o público tomou o lugar dos convidados, promovendo um debate de todos os presentes, tanto da plateia quanto dos ex-integrantes da rádio, sobre a temática de podcast e os desafios atuais com a internet.

A rádio comunitária, que atualmente não funciona como rádio, iniciou neste ano a gravação de uma série de programas de podcasts intitulada “Falacoco”, que já possui três episódios na conta da Ralacoco na plataforma digital Soundcloud.

Texto e imagem por Mateus Gaudêncio Marques, aluno da disciplina Apuração e Texto Jornalístico 1, sob supervisão e revisão do professor Solano Nascimento.