Na última quinta-feira (26), os estudantes de Biologia montaram seu estande na entrada norte do Instituto Central de Ciências (ICC), mais conhecida como Ceubinho. O acervo do projeto abrange principalmente plantas e insetos típicos do Centro-Oeste. Mas vai além: inclui até mesmo um fóssil de dinossauro (Herrerassauro), que teria habitado regiões hoje pertencentes ao Brasil.
Segundo um dos organizadores, Pedro Paulo, aluno do 9º semestre de Biologia, a ideia não é fazer um projeto de educação ambiental, mas de “divulgação científica”. Mesmo assim, ele reconhece que o museu acaba servindo a ambos os propósitos.
A movimentação em torno do estande dava prova disso. Alunos da própria UnB e de colégios públicos, que visitavam a Semana Universitária, escutavam atentamente as explicações dos expositores e faziam perguntas – principalmente sobre o fóssil de dinossauro, mas também sobre o jacaré-do-pantanal ou sobre o tamanduá e o bicho-preguiça empalhados.
Era a seção dos aracnídeos, no entanto, que reunia mais interessados. Isso porque era a única com exemplos de animas vivos: duas aranhas e um escorpião. Este, aliás, foi entregue ao grupo na última semana, após picar uma aluna de Geologia, em sala de aula.
Já as aranhas eram da espécie conhecida como “armadeira”, típica do Cerrado. Ao contrário de outras espécies peçonhentas, elas costumam atacar mesmo sem ser provocadas. “Tomem muito cuidado quando tirarem o tênis ou a roupa em alguns lugares, [como] acampamentos... As aranhas costumam se esconder neles”, advertiu Ricardo Cotts, 27, biólogo que também faz parte do “Bio na Rua”.
A iniciativa foi idealizada em 2004 pelo professor Paulo César Motta, do Departamento de Zoologia, que orienta o grupo até hoje. De acordo com ele, a proposta é um sucesso: “A demanda é muito grande, toda semana eles [os alunos] vão para algum lugar. Hoje eles tocam o museu praticamente sozinhos”.
Texto e imagem por Victor Lima, aluno da disciplina Apuração e Texto Jornalístico 1, sob supervisão e revisão do professor Solano Nascimento.