Durante a Semana Universitária, de 23 a 27 de setembro, a Universidade de Brasília (UnB) se transformou em uma grande feira de artesanato e variedades de artesões e artesãs que fazem parte do projeto Artesão em Ação. Localizada nas entradas centrais do Instituto Central de Ciências (ICC) das 8h às 18h, a feira reúne artistas e profissionais de várias cidades do Distrito Federal a fim de exporem suas produções no ambiente universitário, fortalecendo os saberes e promovendo uma economia solidária.
As demais formas de artesanatos são expostas ao público. Colares, pulseiras, anéis e brincos feitos de arame e capim dourado, filtros dos sonhos, sandálias de couro, tapetes, bolsas, panos de prato, carteiras e estojos são alguns dos produtos disponíveis para consumo.
A artesã Luciana Lucas da Silva, 37, saiu de Minas Gerais para Brasília há sete anos com o objetivo de trabalhar com arte. Em seu primeiro ano de Semana Universitária, espera uma maior divulgação de seu trabalho e mais encomendas. Já Graça Rosa, 64, também artesã, além dos negócios, almeja um crescimento intelectual. Após participar de uma palestra com a professora Sônia Marise no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da UnB (CDT), relata: “Não é só expor nosso trabalho, a gente também tem um retorno”.
Porém, ainda assolados pela crise econômica em que o Brasil vive, os profissionais sentem a instabilidade no mercado, principalmente pela alta concorrência. “Brasília virou um celeiro de feiras, toda esquina tem feira”, afirmou Rosa. “As pessoas estão procurando se virar como podem.”
Além disso, o governo não oferece muitas propostas de divulgação da arte na capital do país. O vendedor de artesanato Françuá Santana, 37, reconhece: “O interesse é das pessoas”. Entretanto, Luciana Lucas da Silva se contrapõe e enfatiza o incentivo que ela recebe por parte da Secretaria do Turismo, que muitas vezes garante a sua entrada gratuita em eventos pagos, para vender sua arte.
Com o alto índice de desemprego no Brasil, milhares de pessoas buscam formas alternativas de trabalho, que não exijam necessariamente carteira assinada, mas que gerem lucros. O artesanato é uma delas. Rosa não se vê mais fazendo outra coisa e exclama: “É um bem estar para mim e para os outros”.
Texto e imagem por André Martins, aluno da disciplina Apuração e Texto Jornalístico 1, sob supervisão e revisão do professor Solano Nascimento.